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Azoospermia

A azoospermia é bastante prevalente entre os “homens inférteis”. Enquanto na população geral atinge 2% da população, acomete de 10 a 20% dos homens com problemas de fertilidade. O termo significa ausência de espermatozoides no fluido seminal e era revestido no passado de um prognóstico reservado. Hoje, graças às técnicas de reprodução assistida (TESE-extração de espermatozoides testicular; FIV-fertilização in vitro; AID-inseminação artificial com doador de esperma; MESA-aspiração mcrocirúrgica de espermatozoide do epidídimo, e, particularmente, com a ICSI-injeção intracitoplasmática de espermatozoides), pode-se tratar a maioria desses pacientes.

A azoospermia costuma ser dividida em dois grandes grupos de acordo com sua causa: 1)Azoospermia obstrutiva e 2)Azoospermia não obstrutiva. Essa classificação possui grande repercussão clínica no que diz respeito ao prognóstico(a técnica de ICSI possui melhores resultados em casos de obstrução). Além disto,o tratamento dos casos de obstrução, passíveis de correção cirúrgica, oferecem melhor custo-benefício.

A grande “pedra no sapato” de quem trabalha com reprodução humana são os casos de azoospermia não obstrutiva. A extração de espermatozoides do testículo (TESE) é muitas vezes a única opção existente para o casal. Entretanto, a espermatogênese é limitada em homens com azoospermia não obstrutiva. Falha na extração de espermatozoides pode ocorrer em até 57% das tentativas. Múltiplas biópsias podem resultar em perda significante de tecido testicular, além de desvascularização tecidual que pode levar a atrofia e sintomas de hipogonadismo.Para minorar este trauma testicular, o andrologista americano Peter Schlegel idealizou o uso de microdissecção testicular com o auxílio de microscópio cirúrgico. Com o uso da magnificação é possível identificar ductos seminíferos dilatados, que teriam maior quantidade de espermatozoides, levando a retirada de menor quantidade de tecido, e por conseguinte menor trauma cirúrgico.

Existem evidências de que há uma forte contribuição genética para o fenótipo azoospérmico (30% dos casos de “infertilidade masculina” apresentam anormalidades genéticas). Dessa forma , na avaliação de um paciente azoospérmico, deve-se pesquisar quanto a uma possível base genética, a fim de que até mesmo os pais decidam se preferem correr os riscos de transmitir estas anormalidades à sua prole antes de investir nas dispendiosas técnicas de reprodução assistida.

REFERÊNCIAS:

Araújo ACO e Barroso LVS: Infertilidade Conjugal. Em : Urologia para Graduação. Editado por Gonzaga LFS, Cerqueira JBG, Regadas RP, e col. Fortaleza: Edições UFC, 2008, pág. 155-170.

Schlegel PN: Testicular sperm extraction: microdissection improves sperm yield with minimal tissue excision. Hum Reprod 1999; 14: 131